Um levantamento alarmante divulgado pelo Instituto Fogo Cruzado aponta que, em um ano, ao menos 201 pessoas foram baleadas dentro de suas próprias casas na Região Metropolitana do Recife. Deste total, 171 morreram e 30 ficaram feridas, revelando uma média assustadora de 16 vítimas mensais em residências.
A análise dos números mostra que a maioria das vítimas, 86,5%, eram adultos entre 18 e 59 anos, com 151 mortos e 23 feridos. Entre os adolescentes, foram registrados 15 mortos e cinco feridos, enquanto duas crianças morreram e uma ficou ferida. Três idosos também foram mortos, além de uma vítima cuja idade não foi identificada.
Entre os baleados, 164 eram homens, dos quais 141 morreram, e 36 mulheres, com 30 mortes e seis feridas. Feminicídios e tentativas de feminicídio contabilizaram cinco mulheres baleadas, resultando em quatro mortes. Um homem trans também foi vítima de violência armada em casa, mas sobreviveu.
O levantamento também evidencia o impacto desproporcional em pessoas negras, que representam 53% das vítimas. Foram 107 negros atingidos, sendo 101 mortos e seis feridos. Em contraste, 19 vítimas eram brancas, das quais 17 morreram e duas ficaram feridas. A cor ou raça das outras 75 vítimas não foi identificada.
Recife lidera números trágicos
A capital pernambucana foi o município com o maior número de baleados em residências, com 50 vítimas, das quais 43 morreram e sete ficaram feridas. Outros municípios como Jaboatão dos Guararapes, Olinda, e Cabo de Santo Agostinho também aparecem com números expressivos: 40, 20 e 19 vítimas, respectivamente.
Na Ilha de Itamaracá, 17 pessoas foram baleadas, resultando em 12 mortes e cinco feridos. Os números seguem em municípios como Camaragibe, Paulista e Goiana, refletindo um cenário preocupante de violência disseminada pela região.
Urgência em políticas públicas
Os dados reforçam a necessidade de políticas públicas voltadas à segurança em residências, especialmente em áreas com maior vulnerabilidade social e racial. A violência doméstica e os feminicídios também demandam atenção especial, visto o impacto devastador sobre mulheres e crianças em ambiente doméstico.
Esses números são um chamado para ações imediatas que garantam o direito à vida e à segurança no espaço que deveria ser o mais seguro: a própria casa.
Fonte: pernambuconoticias.com.br