
Por Ananias Solon, Zootecnista, historiador e escritor
Ao trafegar na BR-232, Km 400, em Serra Talhada-PE, fui interceptado pelo cidadão Sr. José Aparecido Albuquerque Trajano, que me perguntou onde ficava o Sítio Passagem das Pedras, a casa onde nasceu Lampião, em Serra Talhada-PE.
De mediato mandei ele ao Museu do Cangaço procurar o senhor Domar. Curiosamente perguntei qual era sua intenção; ele me respondeu que era pagar uma promessa! Estava vindo diretamente do Rio de Janeiro com essa missão.
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Continuamos a conversa, ele me falou que tem suas origens aqui no Nordeste, e era neto de um cangaceiro companheiro de Lampião, mas que nunca se aprofundou na história e só ouvia falar que Lampião era justiceiro e ajudava os necessitados. Insisti novamente “que promessa?”, foi então que ele me contou o terrível episódio que lhe acometeu.
“Na época trabalhava como bancário na região da Baixada Fluminense, numa ocasião inusitada em um confronto travado entre traficantes e policias, eu ali no meio daquele fogo cruzado de tiros, me pegaram como refém e em situação de desespero entre a vida e a morte, naquela aflição, fiz um pedido a Deus e a Lampião, por ele ter escapado de várias enrascadas.
Então prometi; se me salvo com vida, irei em penitência quaresmal até a casa onde nasceu Lampião, e mandarei celebrar uma missa em sufrágio a sua alma, que em vida era guerreira e conturbada, contrariando o lado profano, era protegida por Deus, pois Jesus nasceu para todos. Os tempos passaram, e agora em pleno período quaresmal, eu com meus 65 anos, estou aqui para prestar contas com Deus e Virgulino Ferreira (Lampião) pela Promessa alcançada”, contou o homem.
Dedico esta crônica ao grupo de xaxado Cabras de Lampião pelos 30 anos levando a cultura serra-talhadense para o mundo.
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Fonte: faroldenoticias.com.br