O artesão gravataense Osmar Jorge foi um dos 10 artistas selecionados para participar da exposição coletiva “Bois de Vitalino”, que acontecerá nos meses de março e abril na Casa da Mulher Artesã, localizada no Alto do Moura, em Caruaru. A iniciativa, promovida pela Lunardo Produções Artísticas, contou com a participação de 40 artesãos do Agreste Central de Pernambuco, sendo escolhidos aqueles que apresentaram trabalhos com qualidade técnica, originalidade, conceito e composição expográfica.
Osmar Jorge, que também é ator, está produzindo a peça “Boi Sol Fulô” para a exposição. Ele foi selecionado pelo curador do projeto, Humberto Botão, que considerou aspectos técnicos e sócio-inclusivos, como gênero, raça, idade e regionalização. O artesão contou como surgiu a ideia para a obra:
“Eu vi que Lunardo abriu esse projeto pela cultura e então eu vi que tinha uma encomenda feita para um menino de Juazeiro e vi que as cores desse boi que eu fui encomendado combinava com essa proposta que eu ia fazer para esse Boi de Vitalino. Daí eu pensei em fazer com o preto, laranja e amarelo para esse boi. E fui contemplado. Fiquei feliz pelo que aconteceu e é uma projeção muito importante tanto para mim, quanto para Gravatá e principalmente por homenagear um grande mestre como Vitalino”, disse Osmar.
A arte como alimento
Osmar Jorge, que tem uma relação profunda com a arte, destacou a importância dessa expressão em sua vida:
“Pra mim, a arte é alimento. Se eu não estiver fazendo arte, eu fico triste. Eu tenho que ficar fazendo arte e eu acho que a minha alegria, é como alimento. Eu tenho que estar fazendo alguma coisa: pintando, fazendo escultura, pirografando, fazendo algo. É vital, minha alegria é fazer arte. Qualquer tipo de arte”, concluiu.
Curador destaca a força do trabalho de Osmar
Humberto Botão, curador do projeto, explicou o processo de seleção e destacou a importância da participação de Osmar Jorge:
“O trabalho de seleção foi bastante difícil. É uma curadoria que está sendo extremamente rica, produtiva em vários aspectos e o processo seletivo foi muito desafiador. O trabalho de Jorge foi muito forte em sua narrativa, em seu conceito, em sua proposta, que surge a partir de uma ingenuidade técnica. Que tem uma abordagem, um conceito e um aprofundamento por trás de toda a camada, onde a estética evoca essa força e essa potência do trabalho dele. E isso pra mim foi extremamente definidor quando selecionei o trabalho dele, porque além de falar por si, ele também constrói uma narrativa onde ele representa outros trabalhos, outros artistas e a nossa região nessa abordagem. Fiquei muito feliz com a participação de Jorge e de Gravatá em nossa exposição. Acredito muito que vai ser uma exposição que, embora fale de Vitalino, mas ela não está apenas para a nossa cidade de Caruaru. Ela está muito relacionada com a nossa região e potencialização do Agreste Central. Fiquei muito feliz e acredito que essa participação de Jorge é extremamente significativa. É importante para a exposição e com certeza para a nossa região. E é muito gratificante esse resultado e a participação dele nesse processo”.
Outros artistas selecionados
Além de Osmar Jorge, outros nove artistas foram escolhidos para a exposição:
- Anderson Castanha, com a obra Africanizar;
- Clécio Lacerda, com Vida Vitalina;
- Dan, com Boi Colorido;
- Djhou Letter, com Do Barro ao Contemporâneo;
- Emilly Monteiro, com Festejo Vitalino;
- Helô Germany, com Boi Vital;
- Marcílio Carvalho, com Alma de Boi;
- Maria das Nuvens, com Sob os Olhos de Vó;
- Sandro Lima, com O Boi Voador do Sonhador Menino Vitalino.
Sobre o projeto “Bois de Vitalino”
O projeto é uma iniciativa da Lunardo Produções Artísticas, realizada com incentivo do Governo de Pernambuco, através da Fundarpe e Secretaria de Cultura, por meio de aprovação no edital Funcultura Geral 2022/2023, na categoria de Festivais, Mostras, Feiras e Exposições. A exposição tem como objetivo homenagear o Mestre Vitalino, um dos maiores nomes da arte popular brasileira, e valorizar os artistas visuais do Agreste Central.
A exposição promete ser um marco cultural para a região, celebrando a tradição e a contemporaneidade da arte popular pernambucana.
Fonte: pernambuconoticias.com.br