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Urgente! Em Quixaba, padre Antônio Lisboa renuncia Paroquia de São Sebastião

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Urgente! Em Quixaba, padre Antônio Lisboa renuncia Paroquia de São Sebastião

Um fato inusitado aconteceu nesta quarta feira 03, em Quixaba, no interior de Pernambuco envolvendo a igreja católica por meio da Paroquia do padroeiro São Sebastião. O padre Antônio de Lisboa, por meio de carta aberta à população Quixabense anunciou sua  à referida Paróquia.

Leia na íntegra a carta do padre enviada ao Blog do Cauê Rodrigues

“Hoje, 03 de abril de 2024, utilizo-me desta carta aberta aos bons filhos de São Sebastião para fazer chegar a cada um e, a todos, a quem interessar estas singelas e verdadeiras palavras. Cheguei na paróquia em 28 de fevereiro de 2022, ocasião em que fui bem acolhido, porém me deparando com imensa precariedade de uma paróquia com 15 anos de instituída, de modo que, após um mês de reuniões com todos os grupos e pastorais, a dificuldade se revela muito além do que era visível, haja vista, havia necessidade de formação de todos os grupos e pastorais, apenas duas catequistas na matriz, uma equipe de liturgia sem a mínima organização dos requisitos essenciais, bem como, carente de uma estrutura básica capaz de facilitar uma melhor evangelização, sequer tinha a cadeira presidencial na igreja, muito menos um som para que as pessoas pudessem ouvir a santa missa, sem contar a situação das capelas.
Tiramos nossas conclusões e, iniciamos de imediato os projetos, pautados em formação, atendimento pessoal e organização, o primeiro, foi organizar a pastoral do dízimo como o sistema missionário, na sequência, formação das pastorais e comunidades, e iniciar as reformas estruturais, por exemplo, partindo das coisas mais básicas como as vesteslitúrgicas e os objetos sagrados, até a reforma do salão paroquial, isso tudo exigia muito de nossa parte, mas foi satisfatório, pois era notável o desejo de renovação, tanto que já estávamos mais alegres, já se notava uma igreja que cantava, batia palmas e, festejava a fé com alegria como diz o salmo 100: “Cantai ao Senhor com alegria”.

Em menos dois anos conseguimos muito, do ponto de vista estrutural, mas sobretudo do ponto de vista eclesial, participação, envolvimento, renovação de pastorais, formações, já tínhamos 23 catequistas formados só na matriz, a presença dos jovens e, das crianças era uma demonstração de tantas coisas que estávamos fazendo juntos e, de muitas que estavam por vir. Devido a tanta carência os projetos e sonhos eram inúmeros, não havia oportunidade de repouso, dias após dias, sempre muitos afazeres a todo instante estávamos pensando em como solucionar tantos desafios. Porém, fui acometido por questões de saúde resultado também dessas tantas coisas que ocupavam minha mente insistentemente, devido a isso me afastei desde o dia 18 de dezembro de 2023, por recomendações médicas, porém, até essa eventualidade, cumpri rigorosamente todos os meus compromissos assumidos, na matriz e nas capelas, já estávamos construindo a igreja que os bons católicos de Quixaba merecem, inclusive idealizando um novo e belo templo.
Passado esse tempo, fui convidado pelo Senhor Bispo a tomar uma decisão, até mesmo para o bem espiritual dos bons e, verdadeiros paroquianos de são Sebastião, estes, que nunca se furtaram de seus compromissos, nem desapareceram da igreja, muito pelo contrário, agora a igreja não tinha dono, pertencia a todos e, não a um grupinho que dominava e determinava o andar da paróquia no passado, essas pessoas lamentavelmente dificultam a renovação da igreja, por que talvez se achem mais importantes que os demais, beira certo fanatismo, sua mentalidade, a ponto de não permitir espaço para que outras assumam funções, tanto é verdade que com o auto afastamento delas nesses dois anos, muitas outras assumiram diversas funções, por causa dessas boas pessoas é que a minha decisão foi difícil de se tomar.

Tudo isso fica demonstrado quando no primeiro ano já tínhamos 40 crianças sendo coroinhas, os amores de Deus, elas serviam com tanto amor, no segundo ano somavam-se mais 40 crianças já formadas, infelizmente, adoeci e não pude dar a bênção da investidura, desde já deixo minhas profundas desculpas às crianças. Todas as vezes que o pensamento me induzia a tomar uma decisão, primeiramente vinha em mente os coroinhas, depois cada uma das pessoas que desde o início estiveram disponíveis, por isso, tomo minha decisão de coração partido por cada uma das boas pessoas que conheci, vocês fazem toda a diferença, pois são os puros de coração que enxergam a Deus, não vivem de aparências.

Entretanto, tudo ficou mais claro durante a semana santa, quando pessoas que desapareceram das mínimas funções desde que cheguei, mas que nesses dias em que estive ausente reapareceram como se um partido político religioso que reassume o poder, e quem sabe, por que imaginavam que sem elas tudo ia se acabar, pois bem, a frase conhecida era: sem “fulano” nada dará certo nessa igreja! Provamos exatamente o contrário, sem elas tudo ganhava significado, pois quando não estavam às escondidas nas portas da igreja, ficavam de fora procurando encontrar defeitos na doação dos disponíveis, ficou até deselegante.

Estávamos caminhando para uma igreja viva e coerente com o Evangelho, haja vista, não explorávamos as pessoas com rifas, bingos, leilões ou algo semelhante, o dízimo era sustentável, não tratávamos com distinção as pessoas, nem dávamos pedestal para certas figuras que queriam manter sua ideologia religiosa, as missas tanto na Matriz, quanto nas capelas, eram certas e, com suas datas fixas para facilitar a participação dos fiéis, assim cumpri todas elas. Diante de tantas coisas boas que estavam acontecendo, infelizmente ainda existiam essas pessoas manipuladoras, as que se achavam donas da igreja no passado, que tão logo fizeram oposição ao novo projeto e, a minha pessoa especificamente, visto que era conhecido por todos que rezaram para que eu não assumisse a paróquia, não só, mas ousaram dizer que receberam inspiração do Espírito Santo que eu não iria. Quanta patologia?! Diante de tantas coisas a fazer, somadas a outras de cunho diocesano, além das resistências internas, do boicote demoníaco as ocultas dessas pessoas que nos últimos dias voltaram a serem disponíveis, assim sendo não pude me conter, corpo e mente chegaram ao limite, hoje me vejo ainda em acompanhamento, buscando resgatar minha saúde mental perdida.

Outrossim, não mereço me submeter a situações constrangedoras como as que já vivi, não posso me permitir, mais uma vez, expor minha saúde mental ao desequilíbrio, Deus não quer isso, assim sendo, estou renunciando a paróquia para não perder minha paz, quem sabe agora seja feita a vontade desse grupinho de pessoas, pois não posso sacrificar meu equilíbrio lutando a todo instante com essas forças malignas que se revestem de falsa piedade.

Depois de pensar bastante e, instruído pela terapia, também estou pedindo licença do ministério à diocese, preciso me curar, a partir de então estarei trabalhando como advogado apenas, que fique bem claro para todos que se trata de uma escolha minha, não causei nenhum escândalo moral ou de fé, diante disso, cumpro minha promessa de sair de cabeça erguida, me sinto muito livre para fazer essa escolha, todavia essas pessoas foram determinantes para tomar minha decisão, até por que, já não sei como me sentiria voltando e, encontrando tantas coisas diferentes novamente.

Agradeço aos bons, que são muitos, por que vivem uma verdadeira fé, estes que estiveram presentes, que sempre acreditaram na renovação da igreja e, estavam empenhados comigo para concretizar esses sonhos, a vocês, muito obrigado, mas não posso mais continuar, quero crer que a minha estadia foi suficiente para demonstrar o quanto é possível uma igreja diferente em Quixaba, parece-me que era essa a vontade de Deus em me enviar para vocês, demonstrar que é possível, apesar dos opositores dentro da própria paróquia. Preferi me comunicar com todos assim, não quero uma despedida, esta seria mais dolorosa para os sentimentos, estou me poupando de tantas lágrimas que derramaria, também lhes preservo a todos, bem como meus eternos coroinhas, da dor de uma despedida, quero manter via em mim a alegria de ter convivido com tantas pessoas maravilhosas, tantas crianças adoráveis, agradeço as que estiveram mais próximas a mim, os funcionários, minha gratidão. Portanto, muito obrigado aos bons paroquianos que direta e, indiretamente, foram razões para que eu pudesse insistir na transformação, agradeço de coração as crianças, especialmente aos coroinhas, por tanto amor e gratuidade envolvidos, Deus lhes abençoe sempre. Gratidão”.

Padre Antônio Lisboa

Fonte: blogdocauerodrigues.com.br

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