A escalada da violência envolvendo crianças na Região Metropolitana do Recife em 2025 alcançou um patamar alarmante. De acordo com dados do Instituto Fogo Cruzado, entre os dias 1º de janeiro e 21 de julho, 13 menores de 0 a 11 anos foram atingidos por disparos de arma de fogo. Desses casos, três resultaram em mortes e os outros dez terminaram com ferimentos.
O episódio mais recente ocorreu no último domingo (20), durante uma festa de aniversário na Comunidade do Cajá, em Jardim Jordão, Jaboatão dos Guararapes. Uma menina de seis anos, identificada como Emile Vitória Guimarães, foi baleada na cabeça por um homem armado que invadiu a comemoração. A morte cerebral da criança foi confirmada no dia seguinte. No mesmo ataque, uma outra menina de cinco anos também foi atingida e segue internada.
Com esse número, a Grande Recife lidera o triste ranking nacional entre as regiões metropolitanas monitoradas pelo Instituto. Em comparação, o Rio de Janeiro registrou 10 crianças baleadas, Salvador contabilizou três, e Belém não teve nenhuma ocorrência desse tipo em 2025.
Além disso, os números de 2025 já superam todos os registros anteriores desde o início da série histórica, que começou em 2018. O comparativo com os anos anteriores revela que o crescimento foi expressivo. No mesmo período de 2022, por exemplo, foram sete crianças baleadas, com três mortes. Já nos anos de 2019, 2020, 2021, 2023 e 2024, o número de vítimas infantis não passou de seis.
A lista de casos deste ano mostra que os episódios de violência ocorreram em diversos contextos, incluindo tiroteios em ações policiais, ataques deliberados e balas perdidas. Abaixo, alguns dos casos mais emblemáticos registrados em 2025:
- Em 12 de abril, a menina Helen, de 4 anos, morreu após ser atingida por uma bala perdida no bairro de Água Fria, no Recife.
- No dia 15 de junho, um bebê de apenas oito meses foi morto dentro do carro dos pais durante um atentado em Jardim Piedade, Jaboatão.
- Em 28 de março, Emilly, de 7 anos, foi ferida na comunidade “Cabo Gato”, em Olinda.
- No dia 9 de julho, um menino de 8 anos foi baleado enquanto estava na casa da cuidadora, em Paulista.
Esse cenário evidencia uma crescente vulnerabilidade das crianças em áreas marcadas pela violência urbana e reforça o alerta para a urgência de políticas públicas eficazes de proteção à infância, além do controle do armamento e da atuação em zonas de risco.
Fonte: pernambuconoticias.com.br