Iniciativa busca fortalecer 13 produtos tradicionais em todo Estado. Em Caruaru, maior centro de produção artesanal de Pernambuco, o foco é o artesanato de barro
O artesanato de barro de Caruaru, o bolo de rolo, o bolo de noiva e a renda renascença de Poção são mais do que produtos: fazem parte da identidade dos pernambucanos. Agora, uma parceria entre a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco (Sebrae/PE) buscará trazer ainda mais notoriedade para esses e outros ícones da cultura pernambucana. Juntas, as instituições irão desenvolver um projeto para propor o reconhecimento de 13 Indicações Geográficas (IGs) para o estado com aporte de R$ 2,9 milhões que será rateado pelas duas instituições.
Caruaru possui 79 estabelecimentos de artesanato e, de acordo com o Programa de Artesanato de Pernambuco (PAPE), mais de 11 mil artesãos estão cadastrados no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (SICAB). Caruaru é ainda o maior centro de produção artesanal de Pernambuco, especialmente em cerâmica, com destaque para os famosos bonecos de barro popularizados por Mestres como Vitalino, cuja obra inspirou gerações de artesãos.
O projeto Adepe/Sebrae, assinado no último dia 10/04, tem o objetivo de identificar, estruturar e solicitar o registro das novas IGs junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Atualmente, Pernambuco conta com três IGs registradas: Vinhos do Vale do São Francisco, Uvas e Mangas de Petrolina e o Porto Digital no Recife. Em todo o país, são 130 Indicações Geográficas, a maior parte delas presentes em estados com fortes tradições agrícolas e artesanais, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.
Além do barro de Caruaru, também foram selecionados os seguintes produtos para estudo: mel do Araripe, abacaxi de Pombos, café de Triunfo, manta caprina da região de Dormentes, artesanato de barro Tracunhaém, artesanato de madeira de Sertânia e renda renascença de Poção. Produtos gastronômicos tradicionais como queijo coalho artesanal produzido no Agreste e no Araripe e bolos de noiva, de rolo e Souza Leão completam a lista. O projeto de ampliação das IGs será desenvolvido em quatro etapas: diagnóstico, estruturação, submissão dos pedidos e acompanhamento dos processos. A expectativa é de que o projeto esteja finalizado até 2026.
Para a Adepe, essa iniciativa representa um grande avanço na valorização dos arranjos produtivos locais, além de dar visibilidade a produtos tradicionais e inovadores de Pernambuco. “É missão da Adepe fomentar o desenvolvimento dos arranjos produtivos de todo o Estado, em seus 184 municípios. O Projeto de Identificação Geográfica vem para dar destaque àqueles mais relevantes e torná-los exemplo da valorização do que é produzido em Pernambuco. O crescimento do nosso PIB dá sinais claros da importância da nossa agricultura e dos nossos arranjos produtivos e estamos muito felizes em sairmos na frente com este projeto ao lado de um parceiro tão importante como é o Sebrae Pernambuco”, detalhou o presidente da Adepe, André Teixeira Filho.
Fonte: caruaru24horas.com.br