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Larissa Cavalcanti, a professora que abraçou o Sertão do Pajeú

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Larissa Cavalcanti, a professora que abraçou o Sertão do Pajeú
Fotos: Arquivo Pessoal
Fotos: Arquivo Pessoal

Neste terça-feira, dia 15 de outubro, é celebrado o dia daqueles que não só transmitem conhecimentos, mas também, promovem a transformação social através da educação, inspiram e formam cidadãos capazes de atuar em várias áreas do conhecimento: OS PROFESSORES…

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O Farol de Notícias  presta hoje uma homenagem a todos os professores que diariamente dedicam-se a este oficio com tamanha maestria, transformando a sala de aula em um espaço de descobertas e crescimento.

A reportagem do Farol, conversou com a Professora Dra. Larissa de Pinho Cavalcanti, de 37 anos, natural de Recife, atua no curso de Licenciatura em Letras, da Unidade Acadêmica de Serra Talhada, UAST e contribui diariamente para a formação de professores no Sertão do Pajeú.

Larissa, é professora de língua inglesa e tem aproximadamente 16 anos de sala de aula. Embora a formação em Letras possibilite também a atuação em outros espaços, foi pela sala de aula que ela se apaixonou e não quis mais sair de lá:

“Eu não posso dizer que sempre sonhei em ser professora, quando a gente é jovem, sonha com muita coisa, mas quando eu botei meus pés em  sala de aula e o processo de diálogo, de trocas e ensino-aprendizagem de inglês começou….eu me encantei perdidamente pela docência”, disse a professora, acrescentando:

“E foi um interesse que não ficou apenas em me tornar professora, mas em querer formar professores/as e estudar o ensino-aprendizagem também. E ajudou muito que, na minha trajetória, não encontrei uma turma “ruim” de trabalhar, tive alunos maravilhosos ao longo desses anos e aqui no Sertão principalmente. Eu concordo muito com Paulo Freire quando ele fala que educar é um ato de amor, não no sentido de romantizar os desafios, mas de se munir de fé no ser humano e cultivar os caminhos para o crescimento, para o desenvolvimento do outro. Não é fácil, mas quando a gente vê frutificar, renova a força para lutarmos todas as lutas que a educação ainda pede.”

O SERTÃO DO PAJEÚ

“Deixa só eu salientar que trabalho no ensino superior, mas em uma universidade pública. Eu acredito que o ensino público e de qualidade deve ser disponível e acessível a todos. Educação, assim como saúde, segurança, transporte não são produtos, são direitos da população e é preciso descentralizar o acesso às universidades”, explicou Larissa, que mostrou a importância da Unidade Acadêmica de Serra Talhada para o Sertão do Pajeú.

“A UAST foi a inciativa da UFRPE de trazer o ensino superior ao sertão e, para mim, foi não somente a chance de atuar com a formação de professores de língua inglesa, mas fazê-lo em um ambiente rico de possibilidades, porque o sertão tem sido isso desde que cheguei: terreno fértil para meu trabalho. Quem diria, por exemplo, que haveria intercambistas dos Estados Unidos em Serra? Mas tivemos. E foram experiências importantes, da mesma forma temos outros colegas nos vários cursos da UAST que trabalham para que a universidade seja um primeiro passo para que tantas e tantas pessoas possam ir além, ir longe e, quem sabe, um dia voltar para cá”.

Larissa Cavalcanti, a professora que abraçou o Sertão do Pajeú

DESAFIOS ESTRUTURAIS

Ainda durante a entrevista, a docente também pontuou dificuldades no trabalho, durante todo este período.

“As condições estruturais que circundam o fazer docente. Na escola pública, na educação básica, enfrentamos dificuldades estruturais e elas também existem no ensino superior.

“Os cortes nos orçamentos sem reposição, por exemplo, dificultam bastante nosso trabalho. Há uma certa dificuldade também quando se atua com as ciências humanas, tanto na questão dos programas de bolsa, quanto nos incentivos pelos órgãos de fomento”.

OS PROGRAMAS DE INCENTIVO À DOCÊNCIA

“Os programas como o PIBID, as monitorias e as tutorias da universidade, bem como outros programas que a universidade oferece para os discentes, funcionam tanto para expandir as possibilidades de formação dos/as discentes com relação aos saberes formais relacionados a “ser professor/a” quanto para abrir horizontes para a vida profissional.

É por meio desses programas que os alunos vivenciam a realidade cotidiana da profissão, que conhecem a dinâmica da sala de aula e descobrem seus estilos, suas crenças enquanto docentes”, reforçou.

Larissa Cavalcanti, a professora que abraçou o Sertão do Pajeú

RECONHECIMENTO E LUTA

O dia do professor é sempre um bom lembrete para se reconhecer o valor dessa profissão e também do quanto precisamos lutar pela formação e pela valorização de professores/as cotidianamente.

É fácil dizer “o/a professor/a forma todas as profissões”, mas é muito mais difícil ouvir quem reivindica condições estruturais para as escolas e universidades, salário digno para a categoria, formação continuada.

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Larissa Cavalcanti, a professora que abraçou o Sertão do Pajeú

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Fonte: faroldenoticias.com.br