A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) divulgou o boletim da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA), revelando um panorama preocupante sobre os impactos dos agrotóxicos no estado. Entre 2013 e 2023, mais de 10 mil casos de intoxicação exógena foram registrados, afetando principalmente trabalhadores rurais, crianças e gestantes.
As análises de água para consumo humano em 2022 detectaram concentrações alarmantes de substâncias como Aldrin e Dieldrin, que ultrapassaram os limites permitidos em algumas localidades, representando riscos graves à saúde. Além disso, o boletim apresenta dados sobre trabalhadores aplicadores de agrotóxicos, o monitoramento da água e práticas agroecológicas como alternativas ao uso de produtos químicos.
Segundo Clara Schumann, coordenadora da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Contaminantes Químicos e Físicos da SES-PE, “enquanto os agrotóxicos forem amplamente comercializados, grupos vulneráveis como crianças, gestantes e trabalhadores rurais continuarão expostos aos riscos a curto e longo prazo”.
Em contrapartida, práticas agroecológicas, como o uso de biofertilizantes e adubos naturais, têm mostrado resultados positivos na produção agrícola e na saúde dos trabalhadores, apontando caminhos mais sustentáveis para o futuro da agricultura no estado.
O boletim reforça a necessidade de ações intersetoriais para prevenir intoxicações, promover saúde e garantir o acesso a alimentos e água de qualidade, especialmente para populações mais vulneráveis.
Fonte: pernambuconoticias.com.br