Com ampla participação de lideranças comunitárias e representantes de movimentos sociais, a reunião da Frente Parlamentar em Defesa da Moradia Popular debateu, nesta quinta-feira (8), o preocupante déficit habitacional em Pernambuco, especialmente nas regiões urbanas. O Estado acumula uma carência de 327 mil moradias, sendo 85% desse total concentrado nas cidades.
Durante o encontro, realizado na Assembleia Legislativa, foram ouvidas denúncias sobre despejos de famílias em áreas de risco sem a devida garantia de reassentamento digno, além de críticas à burocracia enfrentada por pessoas de baixa renda para acessar programas habitacionais.
Representantes de entidades como o MTST, MLTT, Conselho das Cidades e organizações da sociedade civil denunciaram que muitos dos que mais precisam acabam excluídos por não atenderem a critérios como renda formal, nome limpo ou documentação completa. “A maioria do povo que paga aluguel está na informalidade e fica fora dos critérios. Esse funil não garante moradia para quem mais precisa”, afirmou Davi Lira, do MLTT.
Outro ponto criticado foi a forma como as remoções vêm sendo conduzidas. De acordo com André Araripe, da ONG Fase, “as indenizações são insuficientes e os reassentamentos empurram as famílias de uma área de risco para outra, o que não resolve o problema”.
Apesar dos desafios, o evento também foi espaço para apresentação de avanços obtidos com programas habitacionais em andamento, como o “Morar Bem”, que prevê investimento de R$ 1 bilhão até 2027 e já beneficiou mais de 7.500 famílias com subsídios e regularização fundiária. A iniciativa foi elogiada por integrantes da Frente, que destacaram a importância do diálogo com os movimentos sociais e a necessidade de garantir o direito à moradia digna.
A reunião destacou a urgência de integrar as políticas públicas, acelerar a execução das ações prometidas e ampliar o acesso real aos programas habitacionais, considerando a realidade da população mais vulnerável do Estado.
Fonte: pernambuconoticias.com.br