A senadora Teresa Leitão (PT-PE) participou, nesta segunda-feira (17), do programa Folha Política, da Folha de Pernambuco, onde discutiu o atual cenário político do país e as perspectivas para as eleições de 2026. A entrevista foi conduzida pelo âncora Jota Batista e pela colunista de política Betânia Santana.
Entre os temas abordados, Teresa Leitão comentou sobre o ato realizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no último domingo, classificando-o como um “flop”, diante da baixa adesão registrada. Segundo a senadora, o enfraquecimento da mobilização bolsonarista tem levado a uma intensificação do discurso sobre um possível projeto de anistia para Bolsonaro no Congresso. No entanto, ela demonstrou ceticismo quanto à viabilidade da proposta, apesar da articulação da oposição.
Eleições para o Senado e a governabilidade de Lula
Teresa Leitão ressaltou a importância das eleições para o Senado em 2026, afirmando que a composição da Casa pode ser ainda mais decisiva do que a disputa para governos estaduais. “O Senado é uma retaguarda importante, e tanto a esquerda quanto a extrema direita estão atentas à sua composição para a próxima legislatura”, avaliou.
A senadora também comentou a estratégia do governo Lula para manter a governabilidade, reconhecendo que houve falhas na ocupação dos ministérios por partidos sem o devido compromisso em votações no Congresso. Para ela, a fragilidade partidária no Brasil compromete a construção de uma base de apoio mais sólida para o Executivo.
Raquel Lyra no PSD e os reflexos para 2026
Outro ponto da entrevista foi a recente filiação da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, ao PSD. A senadora mencionou a declaração de Gilberto Kassab, presidente da sigla, que colocou Raquel como possível candidata à presidência da República. Teresa Leitão avaliou a movimentação com cautela e mencionou o desconforto em relação à relação de Kassab com governadores alinhados ao bolsonarismo.
Apesar disso, a senadora reconheceu uma aproximação de Raquel Lyra com o governo Lula, citando ações do governo federal no estado. No entanto, alertou que em 2026 a governadora pode ter dificuldades em manter um apoio amplo, conciliando setores da base lulista e do PL, como ocorreu em 2022.
Palanques para Lula em Pernambuco
A petista abordou a possibilidade de Lula ter mais de um palanque em Pernambuco na próxima eleição presidencial, lembrando que, em 2002, o então candidato contou com dois palanques no estado. Segundo a senadora, a decisão sobre os palanques estaduais seguirá a estratégia nacional do partido, sempre priorizando a reeleição de Lula.
Teresa Leitão também comentou a antecipação da corrida eleitoral para o Senado. Ela mencionou a provocação feita por Miguel Coelho a Humberto Costa e destacou que haverá um grande número de postulantes para poucas vagas.
Disputa pelo Senado e posicionamento do PT
Ao analisar um cenário hipotético em que João Campos (PSB) dispute o governo de Pernambuco em 2026, a senadora afirmou não acreditar que Humberto Costa será o nome escolhido por Raquel Lyra para compor sua chapa. Para Teresa Leitão, Humberto deve estar no palanque de Lula, garantindo uma candidatura alinhada ao projeto do presidente.
A petista defendeu a necessidade de demarcar os campos políticos com mais clareza e criticou posturas que buscam um posicionamento intermediário. “Os riscos representados pela extrema direita são reais e precisamos combatê-los na defesa da democracia”, concluiu.
Fonte: nilljunior.com.br
