O racha na AMUPE, com pelo menos mais uma candidatura confirmada, a de Pedro Freitas, e um movimento embrionário em torno de um terceiro nome pode até ter eventuais fatores políticos, de busca de hegemonia através da entidade.
Mas há um fator preponderante: o fator Marcelo Gouveia. É nítida a falta de coesão dos prefeitos em torno do atual mandatário da AMUPE.
Marcelo não tem o carisma e liderança exigidos para a função. Claro, a passagem de Patriota por anos na entidade deixou o sarrafo alto, mas essa já era uma informação de domínio público. Era sabido que o substituto não teria como manter o nível.
Mas se esperava ao menos condições de gerar coesão, esquecendo, minimizando as diferenças e trabalhando pelo muito que une os gestores nas pautas comuns. Não parece ser o caso de Gouveia.
Particularmente, tenho motivo para apontar a diferença. Marcelo foi extremamente deselegante e demonstrou total desconhecimento da estrutura de comunicação no interior ao simplesmente não responder a três perguntas que seriam gravadas por sua assessoria sobre o encontro com novos prefeitos para o LW Cast, também com repercussão na Itapuama FM, Rádio Pajeú e Cultura FM de Serra Talhada, com detalhes informados a assessoria.
A sua assessoria confirmou à participação, o seu nome foi anunciado e ele não teve a delicadeza de gravar as respostas, proposta para evitar prendê-lo no ao vivo.
Só tem um gesto desses quem ignora e desconhece o papel dos veículos do interior, já que poucos dias depois gabava-se de falar a um prefixo da capital em sua rede. Patriota jamais teria tamanho desrespeito. Qualquer político que conheça a comunicação no interior, também não.
Esse tipo de postura denuncia também como trata gestores em municípios menores, já que tem a percepção de sua atuação passa pelo sentido do que na sua cabeça é o macro, o que reverbera na sua ilha de atuação. Deve se importar com a agenda da governadora, do ministro, dos maiores municípios, sem o olhar global da sua atribuição.
Esses dias, ouvi prefeitos de municípios constituídos, em dia com suas obrigações e direito de fala questionando a forma de conduzir de Gouveia. “Ele cortou abruptamente minha palavra”, chegou a dizer um deles, indignado.
Assim, parece patente a percepção de que o racha na entidade tem outro fator determinante. Marcelo pode e até deve ser reeleito. Mas há vitórias que também expõem os de menor liderança e articulação. São vitórias de direito, mas derrotas de fato.
Fonte: nilljunior.com.br