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Mãe comemora RG social de filho trans de 7 anos

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Mãe comemora RG social de filho trans de 7 anos

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A influenciadora Cinthya Cristina (@maedequatrogemeos) celebrou a emissão do RG social de Miguel, seu filho trans de sete anos. Mãe solo de quatro filhos gêmeos, ela escreveu uma carta aberta ao menino.:“Era você. Sempre foi. Mesmo quando o mundo ainda não enxergava, você já brilhava como Miguel”.

Segundo a mãe de Miguel, um menino trans de 7 anos, queria ter um documento com o nome com o qual se identifica desde um dia em que foi à escola, acompanhar a mãe, no dia de assinar o boletim, e percebeu que o papel trazia seu nome antigo. Ele questionou o motivo, já que, na chamada, já era usado o nome novo. Cinthya, então, explicou, que era porque não havia uma alteração oficial. “Ali, eu entendi que não se tratava de um incômodo com o nome antigo em si, mas pelo fato de o nome pelo qual ele se reconhece e é reconhecido por todos não estar lá”, contou a mãe, em entrevista a Crescer. No dia seguinte, ela foi atrás dos órgãos responsáveis, para entender como seria o processo de inclusão do nome social.

Como Miguel só tinha 7 anos, ele precisou de um laudo psicológico. Embora ele já fizesse acompanhamento há um ano, o profissional ofereceu resistência em fornecer o documento. “Apesar de sabermos que não existe laudo para identidade de gênero — até porque ser trans não é doença —, o relatório psicológico é um direito do paciente e da família”, diz a mãe. Ela só conseguiu com a ajuda de um advogado, em um processo extrajudicial.

Três meses depois, o documento ficou pronto, no dia 27 de março deste ano. Mas ela ainda precisava garantir que estava tudo em ordem. “Fui sozinha buscar”, conta ela. “Eu precisava ter certeza de que estava tudo certo antes de levá-lo, para que ele não passasse por nenhum constrangimento caso houvesse algum erro ou negativa. Essa é uma preocupação constante para famílias de crianças e adolescentes trans — situações simples para outras pessoas podem causar desconforto, disforia ou dor emocional. O Miguel, felizmente, não apresenta disforia, mas meu papel é justamente protegê-lo dessas exposições desnecessárias”, explica.

“Quem olha para o Miguel vê o Miguel. Então, como justificar, por exemplo, uma viagem com o documento de uma criança que tem nome feminino nos papéis e aparência masculina? Isso pode gerar situações graves de constrangimento, desconfiança e até acusações absurdas. Tem mães que já foram acusadas de sequestro por causa disso, e a única maneira de “provar” quem é a criança seria quase pedir para ela tirar a roupa. É desumano”, disse a mãe.

Cinthya conta que Miguel ficou radiante ao receber o documento. Porém, quando compartilhou a conquista na internet, a mãe recebeu várias críticas.

“A repercussão foi gigante, muitas mães se sentiram fortalecidas e amparadas”, disse Cynthia. Disse também: “há gente pedindo que eu perca a guarda do meu filho, que o Conselho Tutelar me investigue, que o Ministério Público intervenha”.

E você qual sua opinião?

Fonte: maispajeu.com.br

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