Trabalhadores do Vanete Almeida são hospitalizados após comida estragada

Com informações da repórter Duda Rebeka

Cerca de quinze operários da Telesil, empresa responsável pela construção do conjunto habitacional Vanete Almeida, em Serra Talhada, deram entrada no Hospital Regional Agamenon Magalhães (Hospam), nesta quarta-feira (15), com suspeitas de intoxicação alimentar.

Eles foram atendidos e medicados, mas antes de deixarem o local, conversaram com a reportagem do Farol. Os trabalhadores se queixam da qualidade da comida oferecida no refeitório, desde o mês de novembro. O clima é de não aguentar mais a comida ruim, e a relação com a empresa.

“Viemos encarecidamente pedir, porque não é a primeira e nem a segunda, se brincar já é a quinta vez. É comida estragada, cachorro no refeitório, várias fezes de cachorro, sem contar a água que é de todo jeito lá. Eles não vêem isso para nós trabalhadores, porque somos nós que carregamos a firma nas costas”, desabafou Almir dos Santos de Souza, 31 anos.

Já Edinaldo Feitosa Leite, 32 anos, deu o testemunho que já pegou uma infecção por conta da refeição, que é servida por um restaurante contratado pela Telesil.

“Desde o começo eu peguei uma infecção, reclamei, reclamei, nós nos reunimos e eles disseram que era mentira, que nós não estávamos doentes. Agora está aqui um monte de peões doentes por conta da comida e não resolvem nada. A comida já veio com gosto estragado, temos fotos e vídeos”.

“No meu ponto de vista isso é um descaso com o trabalhador, nós já saímos de outra cidade para prestar serviço aqui, só que depois que chegamos foi só humilhação. Felizmente, graças a Deus não aconteceu nada grave. Vamos ver a direção que vai ser tomada, porque não pode ficar assim, lá dentro (da emergência) tem umas 15 pessoas e aqui fora tem mais”, desabafou José Orlando da Silva, 32 anos, afirmando que o pessoal do escritório tem uma alimentação diferenciada.

CLIMA DE REVOLTA

Enquanto estavam sendo atendidos, o clima era de revolta com a empresa, uma vez que a situação era de total falta de assistência.

“Nós pedimos para ser mandados embora, mas aí ele dizem: “vocês querem ir embora? Peçam conta, nós não vamos mandar vocês embora”. Estão nos machucando há 3 meses para que a gente peça conta, nos mandam comida péssima propositalmente, nem cachorro come. Querem que a gente peça conta para não pagar nossos direitos trabalhistas”, revelou Eriberto Amadeu de Siqueira, 50 anos.

VIGILÂNCIA EVITOU REPORTAGEM

Durante todo o atendimento, dois integrantes da Vigilância Sanitária de Serra Talhada estavam no Hospam, acompanhando o atendimento, mas evitaram dialogar com o Farol.

Um dos técnicos alegou que tinha outra coisa para fazer, deixando a sala.

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