Detido preventivamente em Recife sob suspeita de obstrução de Justiça, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL) negou qualquer participação em suposta tentativa de obtenção de passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid. Em declaração à Polícia Federal (PF), Machado afirmou não manter contato com o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro “há muito tempo”.
O depoimento foi prestado na manhã desta sexta-feira (13), na Superintendência da PF, conforme apuração do Diario de Pernambuco. A Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável por solicitar a prisão, suspeita que o ex-ministro teria atuado para auxiliar Mauro Cid a deixar o Brasil. Cid é réu e colaborador da Justiça em processos ligados a uma tentativa de golpe, atualmente sob julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a investigação, Gilson Machado teria buscado o Consulado de Portugal no Recife, em maio deste ano, com a finalidade de viabilizar a emissão de um passaporte para Mauro Cid, tentativa que não teria sido bem-sucedida. Questionado pelos agentes, o ex-ministro afirmou que o último contato com Cid ocorreu no fim de 2022, período eleitoral, quando ambos colaboraram na redação de um discurso para o então presidente Bolsonaro. Machado destacou que não manteve comunicação com o militar durante sua prisão nem após sua soltura sob restrições judiciais.
Em sua versão, Gilson Machado confirmou que conversou com um ex-cônsul português em 12 de maio, mas sustentou que o assunto tratado foi a renovação do passaporte de seu pai, Carlos Eduardo Machado Guimarães, de 85 anos. Ele relatou que a solicitação foi agendada por telefone e que, no dia 13 de maio, entrou em contato com uma funcionária do Vice-Consulado Geral de Portugal no Recife para marcar o atendimento.
O ex-ministro declarou ainda que o procedimento foi concluído normalmente, com seu pai comparecendo ao local acompanhado de um dos filhos para retirar o documento. Além disso, informou possuir cidadania portuguesa e estar atualmente em seu segundo passaporte, renovado no final de 2024.
As investigações seguem em andamento, enquanto a defesa de Gilson Machado tenta reverter a prisão preventiva decretada pela Justiça.
Fonte: pernambuconoticias.com.br
