No Recife, garantir os itens essenciais à mesa tem exigido cada vez mais esforço financeiro. A mais recente Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, conduzida pelo Dieese, apontou que o custo da cesta básica na capital pernambucana alcançou R$ 637,62 no mês de junho, representando um crescimento de 9,39% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Esse valor consome hoje 45,41% do salário mínimo, evidenciando o peso da alimentação no orçamento doméstico. O economista Filipe Braga avaliou que a alta reflete não apenas a inflação dos alimentos, mas também o impacto direto na qualidade de vida da população, sobretudo das famílias de baixa renda, que sentem com mais intensidade os efeitos do encarecimento dos produtos.
Nos últimos 12 meses, o café liderou o ranking de aumentos, com uma valorização de impressionantes 84,29%. Também tiveram alta significativa a banana (32,24%), o óleo de soja (28,20%) e a carne (21,39%). O cenário, porém, não foi de alta generalizada: alguns itens recuaram de preço, como o arroz, que ficou 24,96% mais barato, o feijão carioca, com queda de 16,98%, e a farinha de mandioca, com recuo de 13,92%.
Ainda assim, os itens que mais encareceram são de uso cotidiano e de difícil substituição, o que torna a economia doméstica mais desafiadora. Em um contexto de desemprego elevado e renda estagnada, o aumento da cesta básica se torna um fator de instabilidade social e pode agravar a insegurança alimentar na capital pernambucana.
Fonte: pernambuconoticias.com.br
