Pernambuco está em alerta após o registro de quatro casos suspeitos de intoxicação por metanol presentes em bebidas alcoólicas adulteradas. As ocorrências, ainda em investigação pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), envolvem dois casos em Lajedo, um em João Alfredo, no Agreste, e outro em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Entre os afetados, duas pessoas morreram e outras duas apresentaram sérios problemas de visão.
A gravidade da situação levou a Secretaria de Defesa Social (SDS-PE) a divulgar orientações por meio das redes sociais, alertando sobre os perigos do consumo de bebidas sem procedência confiável. O alerta chama atenção para sinais de adulteração nos produtos, como lacres violados, rótulos com impressão irregular ou desalinhada, e tampas com logomarcas tortas.
O metanol é uma substância de uso industrial, altamente tóxica para o consumo humano. Quando ingerido, pode provocar reações graves, como perda da visão, danos aos órgãos internos e até morte. Sua presença em bebidas alcoólicas é sempre resultado de fraude.
Segundo o médico legista Mauro Catunda, do Instituto de Medicina Legal (IML), o trabalho pericial é essencial para identificar a presença do metanol nas vítimas. Ele explica que, nos casos suspeitos, são coletadas amostras biológicas durante a necropsia, que depois seguem para análise laboratorial. Apenas esse exame, em conjunto com a análise clínica do caso, pode confirmar a intoxicação. Achados como inchaços e necroses nos órgãos, embora comuns, não são suficientes para um diagnóstico definitivo.
Já o perito criminal Rafael de Arruda, da Polícia Científica de Pernambuco, afirma que não há motivo para pânico generalizado, mas reforça a importância de atenção redobrada. Ele recomenda que a população observe atentamente a aparência das garrafas e evite comprar produtos com preços muito baixos ou de origem duvidosa, principalmente em pontos de venda informais ou online.
O especialista também ressalta a importância de procurar ajuda médica imediata caso os sintomas de intoxicação se manifestem ou se agravem entre 12 e 24 horas após o consumo da bebida. Ele destaca que os sinais costumam ser mais severos do que os de uma ressaca comum, exigindo atenção urgente.
A orientação das autoridades é clara: ao menor sinal de irregularidade na bebida, não consuma. O risco à saúde é alto, e a prevenção pode salvar vidas.
Fonte: pernambuconoticias.com.br