A pequena cidade interiorana de Tabira, Sertão de Pernambuco que tem pouco mais de 27 mil habitantes vive dias de luto desde o último domingo (16), quando um casal que cuidava de Arthur Ramos do Nascimento, de 2 anos, assassinou a criança. A morte do menino deixou boa parte das pessoas que moram no município chocadas com o crime bárbaro que repercutiu no Brasil.
A equipe da TV Asa Branca conversou com alguns moradores de Tabira que apesar de não terem contato com Arthur, sofrem a perda do menino, que foi encontrado com diversas lesões pelo corpo, foi levado a uma unidade de saúde, mas morreu.
“A pessoa fica abalada, uma crueldade o que fizeram com aquela criança… Fiquei horrorizada! A gente que é mãe se coloca no lugar da pessoa que passa por isso, faz dois dias que não durmo direito”, disseram moradoras de Tabira.
Segundo dados da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, de janeiro a dezembro de 2024, o município de Tabira registrou apenas dois (CVLI), que são os crimes violentos letais intencionais. Em janeiro deste ano, a cidade registrou um caso. Os dados fevereiro só serão divulgados na quinzena do mês de março.
Após cometer o crime, a dupla fugiu da cidade e foi localizada em Carnaíba, outro município do Sertão a 40 km de Tabira, local onde o crime ocorreu. Na noite da terça-feira (18), durante uma ação das polícias Civil e Militar, ambos foram presos na zona rural.
Enquanto eram conduzidos para a delegacia de Tabira, moradores revoltados com o crime se reuniram no trajeto e conseguiram tirar Antonio de dentro de uma das viaturas. O homem foi linchado no meio da rua por diversas pessoas.
De acordo com a polícia, ele foi levado para um hospital da cidade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Já Giselda foi levada para a delegacia de Afogados da Ingazeira, no Sertão, há 22 km de Tabira. Ela passou por audiência de custódia e foi encaminhada para um presídio. O local onde ela está presa não foi divulgado pela Polícia Civil. O g1 também tentou entrar em contato com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
A mãe teve participação no crime?
“Eu não abandonei meu filho, eu estava trabalhando…Eu errei em confiar nessas ‘almas sebosas’. Eu tenho provas de que estava em busca do sustento pro meu filho. A culpa é deles e não minha, pelo amor de Deus, eu não tenho mais cabeça pra ler comentários negativos” , afirmou Geovana nas redes sociais.
Geovana (mãe) e Artur (filho) — Foto: Reprodução/Redes Sociais
O que diz a SDS sobre o linchamento?
A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco disse que a Corregedoria Geral tomou conhecimento da ocorrência de linchamento. Um inquérito foi instaurado para uma investigação preliminar para apurar a conduta dos policiais.
Após a prisão, o casal estava sob custódia e era conduzido por um comboio. A Polícia Civil também instaurou um inquérito para apurar o linchamento e identificar quem participou da ação. Outras diligências seguem para total elucidação do crime contra o menor de idade.
Qual a motivação do crime?
A Polícia Civil ainda não informou qual foi a motivação do crime. Ele foi registrado na Delegacia de Tabira como violência doméstica e familiar.
Fonte: blogdocauerodrigues.com.br