Mergulhado na eleição interna marcada para o próximo domingo, quando serão escolhidos os novos dirigentes municipais e estadual do partido, o PT de Pernambuco ainda não se manifestou sobre as críticas recentes feitas pelo prefeito João Campos ao Governo Lula à respeito do último embate com o Congresso que derrubou o decreto do presidente que aumentava as alíquotas do IOF (Imposto sobre Movimentações Financeiras). Esta quarta-feira, no entanto, um partido aliado do PT, o PSOL, através do pré-candidato a governador, de Pernambuco, o ex-vereador do Recife Ivan Moraes, criticou o fato de nove dos quinze deputados federais do PSB, do qual Campos é presidente nacional, terem votado pela derrubada do decreto do presidente.
Moraes citou as frases de João à imprensa nacional criticando a falta de articulação do Governo e o fato de Lula ter recorrido ao litígio quando acionou o STF em busca de derrubar a decisão congressual por considerá-la ilegal, e concluiu: “vacila, vacila”. Ivan é um conhecido adversário de Campos ao qual fazia oposição na Câmara do Recife mas o silêncio petista, citado por um crítico do PT como “ensurdecedor”, tem uma explicação. Neste momento a legenda no estado trava uma luta de vida ou morte de suas correntes para controlar o PT/Recife quase todo comprometido com o prefeito e fazendo parte de sua administração com duas secretarias.
Há também o receio de qualquer deslize vir a prejudicar o senador Humberto Costa, candidato preferencial de Lula a senador e a principal liderança da corrente CNB (Construindo um Novo Brasil) que disputa, em pé de igualdade, com os atuais dirigentes da legenda na capital, umbilicalmente ligados ao PSB. É possível que contados os votos no próximo domingo a coisa mude de figura caso a CNB vença no Recife. A corrente tem tudo para eleger presidente estadual o deputado federal Carlos Veras que, mesmo sendo de uma corrente específica, tem lutado para reunir em torno de si todas as lideranças possíveis com o objetivo de fortalecer o projeto de revitalização das bases petistas, que se dissiparam nas últimas eleições. Fora isso todos têm consciência de que a aliança PT/PSB é muito forte para ruir diante de críticas de Campos a Lula. A ordem geral é, por enquanto, calar.
Do Jornal do Commercio
Fonte: blogdocauerodrigues.com.br














