Um cenário crítico se instaurou na saúde pública de Pernambuco com a entrega coletiva de 49 cartas de demissão por médicos obstetras do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), nesta quinta-feira (18). A medida representa mais de 75% do corpo clínico obstétrico da instituição e ocorre após meses de tentativas frustradas de negociação com a direção do hospital.
Segundo o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (SIMEPE), a categoria já havia sinalizado a insatisfação em julho deste ano, quando assinou uma carta de intenção de desligamento. Entre os principais motivos estão a sobrecarga de trabalho, baixa remuneração, ausência de valorização profissional e dificuldades estruturais enfrentadas na unidade hospitalar.
Mesmo após diversas reuniões, não houve avanço nas reivindicações por reajuste salarial nem na melhoria das condições de trabalho. Como consequência, os profissionais optaram por formalizar o pedido de desligamento, iniciando o cumprimento do aviso prévio de 30 dias.
O impacto é significativo: se as demissões forem confirmadas, o IMIP passará a contar com apenas 16 obstetras — dos 65 que integram o quadro atualmente, sendo 62 ativos e três afastados. O Simepe afirmou que continua apoiando a decisão da categoria e mantém-se aberto a negociações para evitar o colapso dos serviços de obstetrícia na instituição, considerada uma das principais referências materno-infantis do estado.
IMIP REBATE:
O Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) rebateu, nesta quinta-feira (18), a informação divulgada pelo Sindicato dos Médicos de Pernambuco (SIMEPE) sobre a entrega coletiva de 49 cartas de demissão de obstetras. De acordo com a direção do hospital, o número correto de desligamentos é de 30 profissionais.
A instituição afirmou que já notificou oficialmente a Secretaria Estadual de Saúde sobre o caso e está adotando medidas para reorganizar os serviços. Um plano de reestruturação da obstetrícia foi iniciado com o objetivo de garantir a continuidade dos atendimentos e preservar a segurança dos pacientes durante o período de transição.
A direção do IMIP reforçou que está acompanhando de perto a situação e que está empenhada em evitar prejuízos à assistência materno-infantil, considerada referência no estado. A crise foi desencadeada por reivindicações da categoria médica por melhores condições de trabalho e reajuste salarial, que resultaram na decisão de desligamento em massa.
Fonte: pernambuconoticias.com.br