A Polícia Federal (PF) prendeu 19 pessoas nesta terça-feira (21) em uma operação que desarticulou um esquema milionário de venda ilegal de armas. Entre os detidos estão 10 policiais militares da Bahia e Pernambuco, comerciantes e CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores). A Operação “Fogo Amigo” revelou que as armas eram vendidas para facções criminosas e envolvia’ laranjas’, que se passavam por compradores legais.
Os policiais suspeitos apreendiam armas durante abordagens, mas não as apresentavam nas delegacias, vendendo-as para facções criminosas. Além disso, utilizavam laranjas para registrar armas novas. Estas pessoas, geralmente da zona rural e sem antecedentes criminais, eram recrutadas para tirar o Certificado de Registro do Exército (CR) ou posse rural na PF. Após obterem o registro, faziam um boletim de ocorrência falso de furto, desvinculando a arma do comprador final. Em alguns casos, o número de série das armas era raspado ou refeito.
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Envolvimento e movimentações
Entre os presos está um sargento da PMPE em Petrolina, que movimentou aproximadamente R$ 2,1 milhões entre 2021 e 2023, valor incompatível com seus rendimentos. Ele é apontado como o principal fornecedor de armas e munições, vendendo cerca de 20 armas por mês e enviando grandes quantidades de munições para facções criminosas.
Operação
A operação “Fogo Amigo” resultou no cumprimento de mandados de prisão e busca e apreensão em várias cidades da Bahia, Pernambuco e Alagoas. Foram apreendidas ao menos 20 armas de fogo, milhares de munições, além de dezenas de celulares e computadores que passarão por perícia para identificar mais envolvidos.
Implicações legais
Os suspeitos responderão por organização criminosa, comercialização ilegal de armas e munições, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, crimes que podem resultar em penas de até 35 anos de reclusão. Além das prisões, foi determinado o sequestro de bens e o bloqueio de valores até R$ 10 milhões dos investigados, e a suspensão das atividades econômicas de três lojas de material bélico.
Participação e repressão
Mais de 300 policiais federais, grupos táticos da Polícia Militar da Bahia (PMBA) e Pernambuco, promotores do Gaeco e integrantes do Exército participaram da operação. A decisão judicial que autorizou a operação destacou que a organização criminosa vendia armas de uso restrito, como fuzis e espingardas semiautomáticas, frequentemente usadas em assaltos a carros fortes e bancos. (Com informações do G1 e Bahia News)
Fonte: blogdocauerodrigues.com.br