Um vazamento de combustível, identificado como possivelmente querosene de aviação, causou a morte de nove cágados e contaminou um canal na Rua Tenente Portela, no bairro do Ibura, Zona Sul do Recife, nas proximidades do Aeroporto Internacional dos Guararapes. A tragédia ambiental foi confirmada pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) nesta terça-feira (4), que resgatou outros 38 animais com sinais de intoxicação, totalizando 47 cágados atingidos.
O forte odor de combustível começou a ser percebido por moradores na última sexta-feira (31). Desde então, o caso mobilizou equipes técnicas da CPRH, que realizaram vistorias no canal, no córrego que atravessa a área do aeroporto, e nos sistemas de armazenamento de combustível operados pelas empresas Raízen, Air BP Brasil e Vibra Energia.
Segundo a CPRH, foram encontrados resquícios do material tóxico na saída da estação elevatória e foi constatado o forte cheiro característico do querosene de aviação. A Aena Brasil, administradora do aeroporto, afirmou não ter identificado ainda se o vazamento partiu de tanques fixos ou de caminhões de abastecimento.
Diante dos danos ambientais, a Aena foi autuada pela CPRH por contaminação de corpo hídrico e danos à fauna silvestre. A empresa disse ter acionado o plano de emergência ambiental, incluindo instalação de barreiras químicas, sucção do material contaminante e limpeza da área afetada.
Os cágados resgatados foram levados ao Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras Tangara), na Zona Norte do Recife, onde passam por avaliações e tratamento veterinário. As análises incluem a remoção dos resíduos tóxicos e o monitoramento clínico dos animais.
Nesta quarta-feira (5), uma equipe do laboratório da CPRH iniciou a coleta de amostras de água e solo no canal e nas imediações do aeroporto. Novas sanções e medidas podem ser tomadas após a conclusão dos laudos técnicos e a contabilização definitiva dos danos.
A Prefeitura do Recife também acompanha o caso por meio da Secretaria Executiva de Controle Ambiental e Fiscalização. Segundo decreto municipal, o despejo irregular de poluentes em cursos d’água pode gerar multas que variam entre R$ 200 e R$ 500 mil.
A empresa Raízen, responsável pelo abastecimento das aeronaves no terminal, informou que tomou conhecimento do caso e está colaborando com as autoridades para apurar as causas e mitigar os impactos ambientais.
Fonte: pernambuconoticias.com.br
