Vítima começou a trabalhar aos 17 anos, nunca recebeu salário e vivia sob ameaças, isolamento e jornadas exaustivas
Uma trabalhadora doméstica de 54 anos foi resgatada após passar 36 anos em situação análoga à escravidão, em uma residência no Recife. O caso foi divulgado nesta quinta-feira (13) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que classificou a situação como de extrema vulnerabilidade e violação de direitos humanos.
De acordo com o MTE, a mulher foi submetida a condições degradantes desde 1989, quando tinha apenas 17 anos de idade. Ao longo de mais de três décadas, ela nunca recebeu salário, enfrentava jornadas exaustivas, sofria intimidações constantes e não tinha liberdade de circulação. Além disso, estava com ferimentos nos pés, o que evidenciava o descaso com sua saúde e bem-estar.
A vítima foi resgatada na sexta-feira (7) e, após ser retirada do local, acolhida por parentes, com apoio da Assistência Social do Recife. Segundo os auditores fiscais, ela vivia sob isolamento social forçado e tinha sua rotina rigidamente controlada, sendo impedida de buscar ajuda ou romper o vínculo com os empregadores.
Os responsáveis pela situação não pagaram as verbas rescisórias devidas, mas firmaram acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), reconhecendo o vínculo empregatício desde 1989 e assumindo o pagamento de indenizações por danos morais e materiais.
O caso segue sob investigação, e os empregadores poderão ser responsabilizados civil e criminalmente. O resgate reforça a importância da atuação dos órgãos de fiscalização no combate ao trabalho escravo contemporâneo e à violação sistemática de direitos trabalhistas e humanos no ambiente doméstico.
Fonte: pernambuconoticias.com.br
