As intervenções de redesenho urbano promovidas no Recife estão trazendo resultados significativos na redução de acidentes de trânsito com vítimas. De acordo com um estudo apresentado nesta quinta-feira (7) no 38º Congresso de Pesquisa e Ensino em Transportes (Anpet), realizado em Florianópolis, as intervenções urbanísticas na capital pernambucana reduziram em média 37,7% os índices de sinistros com vítimas. O trabalho foi conduzido pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e pela Vital Strategies, com apoio da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU).
A pesquisa analisou dados de 13 áreas que passaram por modificações estruturais. Locais como a Praça General Carlos Pinto, em Santo Amaro, registraram queda de 50% nos acidentes; já em Setúbal, na Zona Sul, a redução chegou a 58%. A presidente da CTTU, Taciana Ferreira, destacou que o reforço nas equipes de gestão de dados tem sido essencial para identificar áreas com maior índice de sinistros e direcionar ações eficazes de engenharia e segurança viária.
Em Jardim Monte Verde, por exemplo, antes da intervenção, 47% dos veículos transitavam acima dos 30 km/h permitidos na ladeira. Após a reforma, esse índice caiu para 23,4%. No bairro do Torreão, 79,6% dos veículos excediam o limite de 30 km/h na Rua Othon Paraíso, mas, após as melhorias, o percentual caiu para 22,3%.
Além da redução de acidentes, o urbanismo tático também impactou positivamente a segurança dos pedestres. No Largo Dom Luiz, antes das intervenções, 43% dos pedestres caminhavam no leito viário; agora, esse número é de apenas 0,6%. Já na Rua da Palma, no centro, a presença de crianças no leito viário foi eliminada após as modificações.
Com um total de 50 áreas já beneficiadas por projetos de urbanismo tático no Recife, várias intervenções se tornaram permanentes, como na Rua do Hospício e na Avenida Conde da Boa Vista. A metodologia aplicada demonstrou que essas medidas não apenas diminuem o número de sinistros, mas também reduzem significativamente fatores de risco, como o excesso de velocidade.
“O estudo evidenciou a importância de soluções de urbanismo tático para a segurança viária, mostrando que o redesenho das áreas de risco pode salvar vidas e prevenir acidentes”, afirmou Caio Torres, doutor em engenharia de transportes e coordenador do projeto. A CTTU, com base nos dados, segue monitorando o comportamento dos condutores e planejando novas ações de fiscalização, educação e comunicação para aumentar ainda mais a segurança nas vias da capital.
Fonte: pernambuconoticias.com.br
