Uma mulher foi esfaqueada pelo próprio irmão durante uma discussão sobre uma casa herdada pela vítima no sábado (13), em Paulista, no Grande Recife. O crime ocorreu na frente do filho da vítima, um adolescente autista não verbal. O agressor fugiu do local e está sendo procurado pela polícia.
Elizangela Araújo, de 42 anos, foi atacada no bairro da Mirueira. Segundo a Polícia Civil, o caso está sendo investigado como tentativa de homicídio. Elizangela relatou que seu pai, ainda em vida, doou a casa onde o crime aconteceu para que ela pudesse morar com seu filho, que requer cuidados constantes devido ao autismo severo. Elizangela dedica-se integralmente ao cuidado do filho.
O irmão da vítima, Edilson José de Araújo, de 55 anos, é descrito como alcóolatra e já teve comportamentos agressivos com outras pessoas, mas nunca com Elizangela. No sábado, Edilson foi à casa doada para almoçar com a irmã e o sobrinho. De repente, ele começou a questionar a propriedade do imóvel.
Relato da Vítima
“Meu pai doou a casa, mas não passou nada no papel, e meu irmão queria vender tudo. Há cinco anos eu faço vaquinhas, recebo doações de amigos e a casa, hoje, é habitável, mas não me mudei com meu filho porque ele precisa de mais estrutura, por ser autista. Meu irmão comeu, bebeu, pediu para eu comprar cachaça para ele e tudo. Do nada, veio se aproximando e dizendo que eu não tinha mais direito que ele [sobre a casa]”, afirmou Elizangela.
Durante o ataque, apenas Elizangela, seu filho e Edilson estavam na casa. Elizangela explicou que seu irmão costuma andar com peixeiras devido ao trabalho autônomo que realiza. Ele sacou a faca e a golpeou.
“Só vi ele se aproximando e me esquivei. Se não fosse isso, ele teria me degolado na frente do meu filho, que é não verbal e não saberia pedir ajuda. Eu só ia sangrar até morrer. Imediatamente, botei a mão no ferimento, peguei a mão do meu filho e saí na rua pedindo socorro. Um vizinho me pôs no carro e socorreu”, contou Elizangela.
Atendimento Médico e Investigação
Elizangela foi levada para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Paulista, recebeu alta no domingo (14) e, nesta segunda-feira (15), prestou queixa na delegacia e passou por exames no Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife.
“Eu acordei e ‘apaguei’ várias vezes. Só lembro que a médica disse que eu era um milagre, porque por dois milímetros a faca não acertou minha veia jugular. Minha preocupação era meu filho, porque ele só tem a mim. Não sei se ele assimilou o que aconteceu na frente dele, porque eu não gritei. Só pedi socorro depois”, disse Elizangela.
A Polícia Civil informou que “o caso segue em investigação até a completa elucidação do ocorrido”.
Fonte: pernambuconoticias.com.br