Pernambuco

Evidências de transmissão vertical da febre Oropouche: implicações para gestantes

evidencias-de-transmissao-vertical-da-febre-oropouche:-implicacoes-para-gestantes
Evidências de transmissão vertical da febre Oropouche: implicações para gestantes
gravida 1

” data-image-caption data-medium-file=”https://i0.wp.com/pernambuconoticias.com.br/wp-content/uploads/2024/07/gravida-1.jpg?fit=600%2C400&ssl=1″ data-large-file=”https://i0.wp.com/pernambuconoticias.com.br/wp-content/uploads/2024/07/gravida-1.jpg?fit=640%2C427&ssl=1″ tabindex=”0″ role=”button” src=”https://i0.wp.com/pernambuconoticias.com.br/wp-content/uploads/2024/07/gravida-1.jpg?resize=640%2C427&ssl=1″ alt=”gravida 1″ data-recalc-dims=”1″>

Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC), associado ao Ministério da Saúde (MS), encontraram evidências preocupantes de que a febre oropouche, uma doença transmitida por mosquitos, pode ser passada da mãe para o bebê durante a gestação. Diante desta descoberta, o Ministério da Saúde emitiu, neste fim de semana, uma nota técnica recomendando que estados e municípios redobrem a vigilância sobre a possibilidade desse tipo de transmissão, conhecida como vertical.

O alerta foi emitido após o IEC identificar a presença de anticorpos contra o vírus em quatro bebês nascidos com microcefalia, além de material genético do vírus oropouche em um feto natimorto com 30 semanas de gestação. O ministério destacou que, embora os achados sejam evidências da transmissão vertical do vírus, as limitações do estudo não permitem confirmar que a infecção durante a gestação é a causa das malformações neurológicas nos bebês.

Os estudos com recém-nascidos foram conduzidos no mês passado, quando a instituição analisou amostras de soro e líquor (fluido que protege o cérebro e a medula espinhal), coletadas para a investigação de arboviroses que podem afetar o sistema nervoso, mas com resultado negativo para outras infecções, como zika e chikungunya. Além disso, foram descartadas as possibilidades de outras doenças nas mães, como toxoplasmose ou sífilis.

Os pesquisadores detectaram a presença de anticorpos da classe IgM contra o vírus oropouche em quatro dos bebês com microcefalia – três deles com um dia de vida e um com 27 dias. Já este mês, investigações laboratoriais em um caso de morte fetal, com 30 semanas de gestação, identificaram material genético do vírus OROV no sangue do cordão umbilical, placenta e diversos órgãos fetais, incluindo tecido cerebral, fígado, rins, pulmões, coração e baço do feto.

“Essa é uma evidência da ocorrência de transmissão vertical do vírus. Análises laboratoriais e de dados epidemiológicos e clínicos estão sendo realizadas para a conclusão e classificação final deste caso”, informou a pasta na nota.

O Ministério da Saúde já havia feito um alerta para o aumento e a disseminação da febre oropouche no Brasil em maio. O número de diagnósticos da doença quintuplicou entre 2023 e 2024. Segundo o órgão, até a semana epidemiológica 27 de 2024, foram confirmados no Brasil 7.044 casos da doença, com transmissão autóctone, isto é, local, em 16 unidades federativas, e com o local provável de infecção em investigação em outras três.

Recomendações do Ministério da Saúde

Com a nova evidência de transmissão vertical, o Ministério da Saúde reforça a importância de medidas preventivas para evitar a disseminação da febre oropouche. Entre as recomendações estão:

  • Redobrar a vigilância epidemiológica: Estados e municípios devem intensificar a monitorização de casos suspeitos e confirmar rapidamente diagnósticos.
  • Controle de vetores: Implementar ações de combate aos mosquitos transmissores, incluindo campanhas de conscientização para a população sobre a importância de eliminar criadouros de mosquitos.
  • Orientação às gestantes: Fornecer informações às gestantes sobre os riscos e as medidas de prevenção contra a febre oropouche, especialmente em áreas com maior incidência da doença.

A colaboração entre autoridades de saúde e a população é crucial para controlar a propagação da febre oropouche e proteger a saúde das gestantes e de seus bebês. A vigilância contínua e a rápida resposta a novos casos são fundamentais para enfrentar esse desafio de saúde pública.

Fonte: pernambuconoticias.com.br