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Brincadeira perigosa: armas de gel levam 17 pacientes com trauma ocular à Fundação Altino Ventura, no Recife

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Brincadeira perigosa: armas de gel levam 17 pacientes com trauma ocular à Fundação Altino Ventura, no Recife
Reprodução/Instagram

A Fundação Altino Ventura (FAV), no Recife, atendeu 17 pacientes com lesões oculares graves em apenas quatro dias, vítimas de disparos de armas de gel. Conhecidas como “gel blasters”, essas armas simulam armamentos reais e têm se tornado populares na capital pernambucana e em cidades próximas, gerando preocupação entre especialistas de saúde.

As balas disparadas pelas gel blasters são feitas de polímeros superabsorventes, que, apesar de aparentarem ser inofensivas, podem causar sérios danos quando atingem regiões sensíveis, como os olhos. Segundo a oftalmologista Camila Moraes, da FAV, os casos tratados apresentaram desde inflamação conjuntival até uveíte, uma inflamação interna do globo ocular que pode exigir tratamento prolongado.

“As lesões encontradas foram significativas. Nossos pacientes apresentaram sangramento ocular e inflamações que, se não tratadas, podem levar a sequelas graves, como descolamento de retina e até cegueira irreversível”, afirmou Camila Moraes, que também atua como vice-coordenadora do Departamento de Cirurgia Refrativa da fundação.

Risco invisível para crianças e jovens

Os atendimentos ocorreram entre os dias 30 de novembro e 3 de dezembro na unidade da Boa Vista, no Centro do Recife. Muitos dos pacientes eram jovens que, inicialmente, não perceberam a gravidade das lesões. Isso preocupa os especialistas, pois traumas oculares podem evoluir silenciosamente, comprometendo a visão de forma irreversível se não diagnosticados a tempo.

“Nossa maior preocupação é que crianças atingidas pelos disparos podem não relatar os sintomas aos pais. Isso atrasa o diagnóstico de condições graves, como ruptura das camadas da retina, o que pode levar à perda permanente da visão”, explicou Moraes.

Atenção redobrada e alertas para os pais

A FAV considera o aumento de casos “expressivo” e pede que a população evite o uso recreativo das armas de gel, especialmente entre crianças e adolescentes. Além do impacto à saúde, o uso irresponsável pode configurar risco à segurança pública, devido à semelhança das gel blasters com armas de fogo reais.

Enquanto as autoridades locais avaliam formas de regular o uso desses simulacros, especialistas reforçam a importância de campanhas educativas para alertar pais e jovens sobre os riscos das “brincadeiras” com armas de gel.

O Recife segue registrando casos que demandam atenção das autoridades de saúde e segurança, evidenciando a necessidade de maior fiscalização e conscientização.

Fonte: pernambuconoticias.com.br

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