DO ESTADÃO – Em meio a crise pós-eleitoral na Venezuela, com a ditadura de Nicolás Maduro declarando vitória nas eleições presidenciais do domingo, 28, o governo Luiz Inácio Lula da Silva adotou um tom mais brando ao se manifestar, sem mencionar as denúncias de fraude, após horas de silêncio.
A declaração vai na contramão de vizinhos sul-americanos, que cobram transparência no processo, com a Argentina, de Javier Milei, ameaçando não reconhecer a vitória do chavismo.
“O governo brasileiro saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem na Venezuela e acompanha com atenção o processo de apuração. Reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”, diz o Itamaraty por meio de nota.
“Aguarda, nesse contexto, a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”, conclui o breve comunicado, que não menciona as denúncias de fraude eleitoral.
Até o início da madrugada desta segunda-feira, 29, governo Lula não se posicionou sobre a controvertida declaração do líder chavista como vencedor da disputa. Foto: Wilton Junior/Estadão
Desde o fechamento das urnas, há indícios de fraude eleitoral no país vizinho. A oposição diz não ter tido acesso a 70% das atas eleitorais do país. As sessões ficaram abertas até depois do horário em áreas predominantemente chavistas e, em áreas opositoras, houve relatos de intimidação e criação de empecilhos para votar.
Escalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser os ‘olhos de Lula’ na votação, o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, evitou endossar desde já a tese da oposição de que houve fraude no pleito do País vizinho. Ao mesmo tempo, cobrou a autoridade eleitoral local, o CNE, a cumprir o combinado e publicar as atas das eleições.
Fonte: vilabelaonline.com