O dia 25 de julho é dedicado internacionalmente às Mulheres Negras Latino-americanas e Caribenhas.
No Brasil é a data para relembrar Tereza de Benguela, líder quilombola e destaque na resistência contra a escravização de negros de diáspora.
Receba as manchetes do Farol em primeira mão pelo WhatsApp (clique aqui)
Para este dia, a equipe de redação do Farol preparou uma singela lista de escritoras, pensadoras e filosofas afro-latina-americanas e caribenhas.
Um pequeno gesto para quem pretende entender o processo antirracista e compreender ( ou ao menos ter um vislumbre sobre) as vivências das mulheres negras de nosso continente.
1 – Quarto de Despejo: Diário de uma favelada – Carolina Maria de Jesus – Brasil
Esse livro foi escrito na década de 1950 por uma catadora de latinha. Moradora da Comunidade Canindé, em São Paulo. Carolina relata o dia a dia de sua vida e de seus três filhos, em meio a fome, a violência e a irresponsabilidade do estado. E mesmo cercada de incertezas e de dor, Carolina encontra poesia no seu escrever, no seu viver. (Peço permissão para colocar minha passagem favorita do livro):
“Encontrei um rato morto. Já faz dias que eu ando atrás dele. Armei a ratoeira. Mas quem matou ele foi uma gata preta. (…) O gato é um sábio. Não tem amor profundo e não deixa ninguém escravizá-lo. E quando vai embora não retorna, provando que tem opinião. Se faço essa narração do gato é porque fiquei contente dela ter matado o rato que estava estragando meus livros” [Trecho do livro]
2 – Olhos d´água: Conceição Evarista – Brasil
15 contos formam a obra da mineira Conceição Evaristo, que ganhou o Prêmio Jabuti – o maior evento de premiação literária do Brasil. O livro aborda as experiencias de personagens negras frente ao silenciamento provocado pelo racismo. São histórias plurais costuradas pelas problemáticas de classe, gênero e cor. Conceição Evaristo é Doutora em Literatura Comparada e também é poeta.
3 – Por um feminismo afro-latino-americano: Lélia Gonzalez – Brasil
Uma coleção que reúne os textos e pesquisas da filosofa, professora, antropóloga e ativista do feminismo negro, Lélia Gonzalez. Suas obras são um verdadeiro guia decolonial para quem deseja não só trabalhar com o tema étnico-racial, mas também entender as engrenagens que sustentam o sistema patriarcal, racista e burgues
4 – Cartas para minha mãe: Teresa Cardenas – Cuba
Um garota resolve escrever cartas para sua mãe morta e a partir delas podemos ver o mundo que a menina vê e descobrir a vida como ela descobre. Teresa que é atriz, escritora, assistente social e contadora de histórias é considerada uma das maiores influencias literárias em Cuba.
5 – Cartas a uma negra – Françoise Ega – Martinica (Caribe)
Após ler um texto da escritora brasileira Carolina Maria de Jesus, Ega resolveu enviar cartas para Carolina. O livro debate a situação de exploração que é imposta às trabalhadoras negras caribenhas que residem na França.
Os principais fatos de Serra Talhada e região no Farol de Notícias pelo Instagram (clique aqui)
Fonte: faroldenoticias.com.br