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Ananias Solon escreve a “Estripulia de menino rural: A saga da galinha”

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Ananias Solon escreve a “Estripulia de menino rural: A saga da galinha”

Ananias Solon escreve a

Por Ananias Solon, Zootecnista e pesquisador

A história eu conto como se sucedeu. Em uma temporada de férias na Fazenda Icós, em Serra Talhada-PE de propriedade do meu saudoso tio Elizeu e madrinha Marina, era mês de janeiro, estação verão e tempo seco.

Começava a cair as primeiras chuvas (trovoadas). Existia lá um barreiro próximo da casa, que era um reservatório estratégico para atender suas necessidades na época da seca.

Construído normalmente de forma manual na beira de um córrego. Sendo suas águas com utilização principal para saciar nossa sede, e a dos animais, pois com sua decantação tornando-se azul cristalina.

Tinha ao seu redor um pé de umbuzeiro com sua copa frondosa, tornava-se atraente para os animais. Principalmente para os pássaros, que encontravam ali um ambiente saudável, inclusive para fazerem suas reproduções.

Em uma manhã do mês de janeiro, calor intenso, o barreiro estava cheinho com as águas das primeiras trovoadas daquele ano. O sol já estava quente, e eu atendendo um pedido de minha saudosa madrinha Marina, saí para pegar uma carga de água no lombo do jumento.

E lá vou eu escanchado no meio da cangaia que separava as ancoretas de metal, na maior felicidade, fazendo aquela tarefa que tanto gostava.

Ao chegar na beira do atraente e benéfico barreiro, com a zuada das tais ancoretas, provocou uma revoada de um bando de patos selvagens que desfrutavam das maravilhas das água do bendito barreiro.

E eu lá enchendo as ancoretas com uma cuia de cabaça, escutei um movimento estranho numa moita na ribanceira do barreiro, e corri pra ver, me deparei com um ninho de uma pata, que ao me ver, deu um voo rasante quase que bate em mim.

Percebendo que existia 12 ovos, com os impulsos de menino treloso, peguei os ovos coloquei na cuia e levei pra mostrar a madrinha Marina.

Ao chegar com aquela arrumação, expliquei o ocorrido e madrinha Marina me deu uma repreensão, dizendo que não devia ter feito aquilo.

Pois o ovos não prestavam para comer e já estavam cheios, e madrinha Marina com sua sapiência, e espírito de preservar a natureza. Disse: vou colocar em baixo da galinha e salvar os patinhos, aí eu fiquei pulando de alegria.

Com poucos dias, nasceu a ninhada de patinhos, então madrinha Marina me fez uma recomendação para acompanhar a galinha, pois era notório o stress da galinha com o comportamento estranho dos patinhos.

A galinha com seu cacarejo diferente do barulho dos patinhos, e eu ali preocupado com o futuro daquela produção híbrida, que a cada instante aparecia com movimento desigual.

Foi aí que no piscar de olho, percebi que os patinhos tomaram a dianteira e seguiram um atrás do outro, tipo fila indiana. E eles dotados com seus instintos aquáticos, seguiram rumo ao barreiro com a galinha atrás fazendo a maior confusão.

Eu um pouco próximo administrando aquela situação inusitada deixando a vontade o destino dos patinhos que seguiam apressados para chegarem no dito barreiro.

Fiquei pabo de alegria, admirando aquela cena, os patinhos entrando no barreiro na maior animação, e a galinha ficando cada vez mais desesperada, riscando as asas e cacarejando sem parar.

Foi então que eu vendo aquela aflição e aperreio daquela mãe vendo seus filhos naufragarem, pensei comigo: vou resolver o problema agora!

Dei um bote na galinha, segurei pelas asas, peguei duas cabaças pequenas no pé que tinha na beira do barreiro, amarrei nas asas da galinha tipo colete de salvação e joguei a galinha dentro do barreiro.

Logo os patinhos encostaram naquela mãe adotiva, ficando ao seu redor, juntos e contentes navegando na águas do barreiro na maior felicidade do mundo.

Moral da história: na vida sempre aparece uma solução pra tudo.

Fonte: faroldenoticias.com.br