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AMOR:E INFORMAÇÃO, NO LUGAR DE ÓDIO E CONDENAÇÃO Por Jorge Quintino

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AMOR:E INFORMAÇÃO, NO LUGAR DE ÓDIO E CONDENAÇÃO Por Jorge Quintino

Em tempos de crescente conscientização sobre o autismo, é revoltante presenciar atitudes e discursos que não apenas desinformam, mas também ferem profundamente as famílias e indivíduos que convivem com essa condição. Recentemente, um pastor de uma igreja pentecostal realizou um culto no qual depreciava a causa autista, afirmando absurdamente que “Santanás entra na barriga das mulheres grávidas e causa o autismo”. Este tipo de declaração é um ataque direto às mulheres, às mães e às famílias que lutam diariamente para oferecer um ambiente de amor, compreensão e apoio aos seus filhos.

É essencial, primeiramente, repudiar veementemente tais declarações. A ciência e a medicina já demonstraram claramente que o autismo é uma condição neurobiológica que envolve uma combinação de fatores genéticos e ambientais, e não há absolutamente nenhuma evidência que sustente qualquer vínculo com o sobrenatural, menos ainda com uma entidade maléfica. As palavras desse pastor são uma afronta às mães que, com muito esforço e dedicação, buscam o melhor para seus filhos. Posteriormente ele já veio a público se desculpar, o que não o livra de ser responsabilizado pelo estrago feito.

Na condição de vereador e defensor incansável dos direitos dos autistas, considero minha responsabilidade não apenas condenar veementemente tais falas, mas também trabalhar para que discursos assim não se propaguem e causem ainda mais danos. É crucial que continuemos a educar a sociedade sobre o autismo, combater o preconceito e promover uma cultura de inclusão e respeito. A ignorância deve ser enfrentada com conhecimento e empatia, não com mais ódio e intolerância.

No entanto, é importante destacar que há, sim, pastores sérios e comprometidos com o bem-estar e a inclusão social. Esses líderes religiosos desempenham um papel vital em suas comunidades, promovendo mensagens de amor, aceitação e compreensão. Não podemos permitir que a atitude de um indivíduo manche a imagem de todos aqueles que, com fé e dedicação, trabalham para construir um mundo melhor.

Dizer que “Santanás entra na barriga das mulheres grávidas e causa o autismo” é um ataque não só às mulheres, mas também a toda a comunidade autista. É uma tentativa de desumanizar e marginalizar pessoas que merecem respeito e apoio. Como sociedade, devemos nos unir para repudiar tais discursos e proteger nossos valores de dignidade, respeito e igualdade.

Ao propagar ódio e desinformação, líderes religiosos como ele se colocam no papel de causador de sofrimento e divisão. É nosso dever, como cidadãos e seres humanos, lutar contra essas forças negativas e construir um futuro onde todos sejam tratados com respeito e dignidade. Que possamos transformar nossa indignação em ação, promovendo o amor, o conhecimento e a verdadeira inclusão.

Fonte: www.caruaru24horas.com.br